domingo, 26 de agosto de 2007

A roupa renegada

Penso em fomas imperfeitas, volumes e texturas.

Vejo uma imagem desconstruída, com sobras e excessos, que pode em sua estranheza tornar-se algo precioso.

A imagem vira roupa. Roupa que nasce com peso, triste, como se já soubesse que a busca por um corpo que aceite habitá-la não será fácil. Para corpos que querem ser vistos, desejados e aceitos, carregá-la será um sacrifício.

Mas a busca continua, e durante o embate entre a roupa e o corpo, a roupa cansada de se defender desiste. E nesse momento o fracasso se transforma em poesia e a roupa renegada não busca mais um corpo, deseja ser encontrada e aceita em sua mais pura beleza e deformidade.

Nenhum comentário: